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Revista Educação Ambiental - O ESSENCIAL PARA A SUSTENTABILIDADE E SAÚDE PÓS-PANDEMIA




José André Verneck Monteiro


educativo@live.com


Licenciado em Pedagogia pela Fundação Universidade do Tocantins, Especializado em Educação Ambiental pela Universidade Candido Mendes, Mestre em Práticas em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/Global MDP, Mestrando em Agricultura Orgânica (PPGAO UFRRJ/EMBRAPA/PESAGRO). Publica no Instagram @jardim_vital


Resumo


Este ensaio reúne reflexões e motivações para se atenuar os impactos decorrentes da pandemia COVID-19, contribuindo para mobilização solidária em prol da sustentabilidade e saúde coletiva. Os temas são apresentados em breves laudas, que tecem virtuosa rede de ações simples e práticas socioambientais de impacto positivo. Esta contribuição foi elaborada a convite de Berenice Gehlen Adams para integrar a Seção Sementes, na Revista Educação Ambiental em Ação, que em sua 71ª Edição traz o tema: Educação Ambiental e a diversidade planetária.


Palavras chave: agroecologia, economia solidária, sementes, educação ambiental.


Introdução


O mundo como conhecíamos já não existe mais A pandemia COVID-19 demonstrou a fragilidade e a vulnerabilidade da sociedade humana. Pela primeira vez na história um microorganismo causou tantos transtornos ao modo de vida das pessoas, em escala planetária, e em tão curto prazo. Felizmente o conhecimento sobre epidemiologia e progressões virais, construído nas recentes décadas pela comunidade científica mundial, possibilitou delinear e adotar medidas de contenção do avanço da doença, retardar sua disseminação para evitar o colapso dos sistemas de atendimento médico e dessa forma minimizar as perdas de vidas humanas.


Entretanto o saber científico, isoladamente, não será capaz de restaurar a normalidade social nem reestabelecer o funcionamento normal dos sistemas produtivos.


A busca de soluções para reconstrução socioeconômica vai requerer dos governantes e servidores públicos dose extra de sensatez e coerência, que se convertam em esforços funcionais criativos, adequados a cada realidade local, regional e nacional.


O setor empresarial precisará detectar e abranger nichos sólidos de mercado, pois em períodos de recessão, desemprego e instabilidade econômica, a população deve priorizar a aquisição de itens essenciais e evitar gastos desnecessários, posto que as oscilações das taxas de câmbio internacional virão a provocar aumento escalar de preços, desde os insumos demandados pela indústria até os itens básicos para o consumidor final.


Para quem já sobrevivia em situação de pobreza e miséria no Brasil o cenário agora é gravíssimo. Problemas relacionados à desnutrição, à falta de habitação, emprego e renda estão sendo atenuados pelo Auxílio Emergencial, porém essa transferência direta de renda tem prazo trimestral para cessar e, verdadeiramente, não é fornecida em quantia suficiente para prover todas as condições dignas de vida, bem como Bolsa Família. São ações que visam atenuar minimamente a vulnerabilidade à fome extrema.


Por uma ótica realista, estamos vivenciando apenas o início de uma severa crise, que se estenderá por prazo ainda indeterminado, até que se normalize o calendário de atividades escolares e acadêmicas presenciais, o funcionamento de empresas, os sistemas de transporte coletivo, bem como quaisquer atividades que promovam aglomeração de pessoas. Com isso vários setores produtivos estão sendo afetados.


Com a queda de faturamento e conseguinte inadimplência em cadeia, infelizmente muitas empresas não terão fôlego financeiro para sobreviver, levando empresários a optar por demitir funcionários, sem dispor sequer dos recursos financeiros para pagar a justa indenização.


Economia solidária


O momento é oportuno para filtrar o que realmente é essencial e o que se pode considerar supérfluo, adotando práticas solidárias e sustentáveis, que evitem desperdício de recursos e ainda promovam melhor distribuição de renda.


Priorize suas compras com empreendedores locais. Várias famílias dependem exclusivamente de sua produção caseira para sobreviver. Prestigiando pequenos produtores você estará contribuindo para dinamizar a economia local.


Comprou e gostou? Compartilhe entre seus conhecidos. Podemos espalhar informações úteis nas redes sociais para ajudar quem precisa vender sua produção.


Comprou e não gostou? Informe ao vendedor (a), ao invés de simplesmente espalhar que é ruim. Tem muita gente iniciando a jornada de empreendedor por extrema necessidade, e que depende da opinião de sua clientela para aprimorar seu produto, colabore com sua crítica de modo construtivo e não difamatório.


Precisa adquirir uma lembrança de aniversário? Ao invés de comprar numa grande loja, é sua chance de ser original e presentear com um produto artesanal, feito à mão por pessoas que você terá a honra de valorizar seu trabalho. Muitas pessoas adorariam ser presenteadas com pães, bolos, geleias, chás, temperos e frutas de quintal.


Vale lembrar:


"A simplicidade é o mais alto grau de sofisticação"


Leonardo da Vinci



Sim, os aplicativos de fast food facilitam a vida de muita gente que opta por este tipo de alimentação. Mas isso envolve tantos intermediários na cadeia de fornecimento, que sobra bem pouco para quem realmente produz o alimento. Você acaba pagando por taxas bancárias e de operadoras de cartão de crédito, excesso de embalagens descartáveis, entregadores acelerados, taxa do aplicativo e de propaganda - tudo isso será descontado do valor do cardápio. Pesquise também outras formas de adquirir refeições!


Lojas de móveis usados, sebos de livros, brechós de roupas e objetos, feiras de trocas são iniciativas que merecem atenção especial, pois costumam ter no acervo surpresas incríveis, por um preço muito menor que o de itens novos.


Desapegue, doe o que não lhe serve, compartilhe o que estiver sobrando e certamente será útil para outras pessoas. Experimente propor e aceitar trocas de produtos e serviços. Há várias formas de remunerar e ser remunerado sem usar dinheiro!



Agroecologia doméstica


A alimentação é a necessidade mais essencial para a vida humana. Ar, água, terra (comida) e fogo (sol) são os elementos imprescindíveis para a saúde integral.


Portanto, se dedique a aprender a plantar! Busque seus meios para criar vínculo afetivo com a terra. Além de prazeroso e gratificante, cultivar alimentos em casa é como imprimir seu próprio dinheiro. A terra é tão generosa, e com pouco trabalho produz em abundância. Planta na glória matutina e reza, para que as benditas sementes vicejem e retribuam à sua doação em generosas safras.


A prática da agroecologia, mesmo em pequenos espaços, garante a oferta de diversos ingredientes alimentícios, e você terá a certeza de que não estarão envenenados por agrotóxicos.


“Em 2019 foram liberados pelo Governo Federal mais de 400 novos agrotóxicos.


No período de janeiro a maio de 2020 já foram mais de 150 novas liberações.”.


(BRASIL DE FATO, 2020).


Quando terminar a quarentena considere a viabilidade de contribuir para cultivar um sítio, próprio ou de algum parente, participar de algum projeto de horta comunitária ou escolar. Assistindo ao vídeo Agroecologia em solos litorâneos veja como é possível converter um terreno baldio em horta, aplicando princípios de agroecologia, permacultura e sintropia.


Troque experiências com as pessoas que já têm o salutar hábito de plantar, vá aos poucos buscando oportunidades de passar mais tempo no campo do que na cidade, aprendendo a plantar, cuidar, colher e preparar alimentos, para ter a oportunidade especial de compreender os ciclos vitais e encontrar cura na natureza.


Mesmo se não tiver espaço com terra plante alimentos em vasos, latas, potes plásticos, caixotes de madeira, enfim, onde recebe sol pode-se plantar comida. Praticar a agroecologia também promove exercício físico, te faz ficar exposto ao sol e incentiva a hidratação. Jardins e gramados são lindos e trazem conforto paisagístico, mas considere a possibilidade de transformar parte sua área verde em jardim comestível, deixando de tratá-lo apenas como ornamental.


Convide as crianças de sua família para as atividades. É necessário que as crianças aprendam os ciclos dos alimentos e adquiram gosto pela alimentação natural, constituída principalmente por vegetais frescos, raízes vivas, frutas da estação, sementes oleaginosas, hortaliças de alto poder nutricional e reparador do organismo, cereais integrais. O sistema imunológico é fortalecido pela dieta equilibrada, rica em cores naturais, fibras e gorduras boas.


Os alimentos industrializados e ultraprocessados devem ser evitados por conterem em sua composição vários ingredientes danosos à saúde.


Principalmente durante a pandemia todos devemos estar com a saúde fortalecida. Isso não é garantia de não vir a ser contaminado, entretanto favorece a recuperação e contribui para atenuar os sintomas de quem vier a ser infectado.


Aproveite os resíduos da cozinha para produzir o próprio adubo orgânico que poderá utilizar em sua plantação de alimentos. Conheça alguns benefícios da compostagem doméstica de resíduos orgânicos.


Dedique sua energia não somente à horta, mas também às culturas de base energética (milho, mandioca, batata-doce, inhame, feijão de corda, abóbora). Plante também árvores frutíferas, espécies nativas que contribuem para a fauna local e espécies lenhosas. Quanto maior a diversidade de cultivos mais favorável será o ambiente e mais sortido será seu cardápio alimentar nas diferentes épocas do ano. Saiba mais sobre as plantas alimentícias não convencionais no artigo Do mato ao prato.


Troque, armazene, multiplique e difunda as sementes crioulas, tesouros genéticos ancestrais, as quais não foram geneticamente modificadas em laboratórios.


Prefira adquirir alimentos de cultivos agroecológicos da sua região, prestigie as feiras de orgânicos e se tiver oportunidade visite as propriedades onde os alimentos são cultivados. Inspire-se nos exemplos de convivência harmônica com o ambiente natural.



Exercite sua criatividade


Simplifique desde já a sua vida, liberando mais espaço físico e de tempo para encontrar satisfação nas coisas que não dependem de dinheiro, como respirar profunda e calmamente, se exercitar e alongar, caminhar, tomar sol. Pratique o silêncio verbal por alguns minutos diariamente, facilitando seu autoconhecimento e a compreensão das outras pessoas. Esteja atento para praticar a comunicação não violenta.


Experimente alguns tipos de artes de seu interesse. Se desprenda da lógica de consumir mais e mais desenvolvendo habilidades práticas úteis como cozinhar, marcenaria, conserto de máquinas, artesanatos, processamento de alimentos, reaproveitamentos de materiais, costura, pintura etc. Se você aprender a consertar e criar, ao invés de comprar pronto, vai se divertir e aliviar o orçamento familiar.


Aprenda a construir com recursos simples e de baixo custo, que estejam disponíveis em sua localidade, sem depender de frete de longas distâncias.


Divida seus aprendizados e habilidades com as crianças, pessoas próximas, reconheça que a vida pode vir a ser muito melhor, estamos em um momento de transição, de valores e significados, e temos oportunidades contínuas de evoluir em sociedade.


A pandemia permitiu a todos perceber a falta que faz poder demonstrar nosso afeto e confiança por meio de gestos simples como abraçar e apertar as mãos!



"A nossa criatividade é o limite do sistema"


Bill Mollison


Olhe além da janela


Consegue imaginar a situação de necessidades dos asilos para idosos, orfanatos, creches e albergues para desabrigados? Ofereça o que estiver ao seu alcance e seja grato por tudo o que lhe é disponível.


Desenvolva seu dom altruísta e filantrópico procurando conhecer os grupos de apoio mútuo, onde as pessoas cuidem umas das outras, façam produtos de necessidade básica coletivamente, como produtos naturais de higiene, remédios naturais como xaropes e tinturas de ervas, beneficiamento de alimentos, como conservas e fermentados.


“Viva aceso, olhando e conhecendo o mundo que o rodeia, aprendendo como um índio (...) seja um índio na sabedoria”.


Darcy Ribeiro


Importância do isolamento social


A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro de 2020, que o surto da doença causada pelo COVID-19 constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional – o mais alto nível de alerta da Organização. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia (Organização Pan Americana de Saúde, 2020).


As medidas essenciais para a proteção contra a doença são: ficar em casa e fazer autoisolamento social; lavar as mãos frequentemente com água e sabão e desinfetá-las com álcool (70° ou em gel); sair de casa apenas para o estritamente imprescindível, com uso de máscaras. O isolamento social não impede o contágio da doença. Seu objetivo principal é reduzir o número de pessoas infectadas e a ocupação dos leitos hospitalares nas unidades de terapia intensiva.


A comunidade científica mundial nunca havia se deparado com uma doença tão abrangente em território. Nenhuma nação estava suficientemente preparada pera enfrentar a pandemia. Cada país acolheu e cumpriu em diferentes proporções e prazos as recomendações da Organização Mundial de Saúde, implantando em seu território nacional o conjunto das ações emergenciais, modelando-as de acordo com a disponibilidade de seus próprios recursos científicos, logísticos, financeiros, estratégias, prioridades político-partidárias e princípios ético-ideológicos de seus governantes.


No início da pandemia muitas pessoas, irresponsavelmente ignoraram a gravidade da doença e a dinâmica de disseminação do vírus, descumprindo o alerta da OMS, e continuaram passeando nas ruas, sem proteção – fato comum observado em diversos países, inclusive no Brasil, o que certamente contribuiu para ampliar a circulação do vírus e a elevação abrupta das taxas de contágio e óbitos.


A doença foi detectada na China em dezembro de 2019 e foi rapidamente disseminada em escala mundial. Mais que metade da população mundial foi contaminada até o dia 22 de maio de 2020, ocasião em que infelizmente já haviam sido oficialmente confirmados no mundo todo 4.993.470 casos de COVID-19, totalizando 327.738 mortes (Organização Pan-Americana de Saúde, 2020). No mesmo período o Brasil registrou 354 mil casos de infecção (o que representou no período 7% dos casos mundiais) e 22 mil mortes (6,7% das mortes em todo o mundo decorrentes da doença, até maio 2020).



Quarentena online


A imprensa tem sido importante aliada no sentido de veicular as informações oficias e contribuir para fortalecer a campanha dedicada à higienização e ao isolamento social. Entretanto o público deve ter senso crítico para perceber que há notícias tendenciosas a privilegiar aos interesses e anseios de seus patrocinadores, quer sejam empresas, partidos políticos ou organizações religiosas.


Da mesma forma que as emissoras de rádio, televisão e jornais impressos, nas redes sociais e na internet de modo geral também está disponível ampla oferta de informações sobre a pandemia, com dados verídicos, e notícias falsas (fake news).


Ao invés de aproveitar o tempo de acesso para estudar algo útil, ou simplesmente distrair a mente, chama atenção o fato de muitas pessoas utilizarem as redes sociais como um cenário de disputas pela razão, fomentando discussões fervorosas defendendo agressivamente suas convicções e ideologias, por vezes espalhando palavras impregnadas de ódio e revolta, como se isso fosse resolver os problemas da nação ou tornar o mundo melhor.


Lamentável perceber que o belicismo tem assumido teor de algo normal. Tanta gente cultuando a violência, cultivando o conflito, tendo prazer em guerrear a todo tempo. Preocupante perceber tanta gente que não consegue enxergar a importância da paz, da ética, da justiça e do sentido de humanidade.


Exemplo claro que ilustra como a agressividade vem infectando os lares é o aumento de casos de violência doméstica registrados durante a pandemia em vários estados do Brasil. No momento em que muitos estão tentando salvar vidas e reestabelecer a paz, outros estão disseminando a falta de amor e respeito à vida alheia.


Perante a pandemia todos somos iguais. O coronavírus não distingue grupo étnico, nacionalidade, status social, nível de instrução, poder aquisitivo, profissão, idade, gênero, orientação sexual, time de futebol, religião nem partido político. Ativismo de sofá é um passatempo comum, mas que transforma bem pouco a realidade. Fanatismo religioso e obsessão partidária apenas afastam as pessoas ao invés de aproximá-las em prol do bem coletivo. Mera opinião ou fake news não bastam para refutar dados científicos.


A propósito, prescrever medicamento é atribuição médica. Até a publicação deste trabalho a ciência não havia comprovado a eficácia terapêutica de nenhuma semente milagrosa capaz de curar COVID-19. Mas a pesquisa segue, com ciência e fé.


No decorrer de 2020 outros picos de contágio podem vir a ocorrer em todo o Brasil. Mesmo as pessoas que não apresentem sintomas também podem estar espalhando o vírus. Adicionalmente, ainda não há estudos conclusivos que atestem segurança imunológica para quem já teve a doença. Vírus são mutáveis, novas cepas evoluem a todo tempo, no mundo inteiro. Quem puder, deve permanecer em quarentena, até que regrida a taxa de contágio.


Sair somente para o essencial, com máscaras, mantendo distanciamento mínimo de 1 metro de outras pessoas e seguindo o protocolo de higienização corporal, de objetos e alimentos.


Por razões óbvias, o isolamento social não será possível para todas as pessoas, para sempre. Os serviços - realmente essenciais - como atendimento médico, mercados de alimentos, farmácias, postos de combustível, abastecimento de água e energia elétrica, recolhimento de resíduos, transporte público local, defesa civil, policiamento, e outros ofícios são fundamentais para se restaurar gradualmente a normalidade e minimizar as perdas de vidas humanas, enquanto cientistas se esforçam para o desenvolvimento de vacina e medicamento eficaz no combate ao coronavírus.


Sorte de quem esteve em quarentena com a família e teve a oportunidade de estreitar o contato e manifestar afeto. Sorte de quem esteve em quarentena sozinho e teve oportunidade de praticar o autoconhecimento. Agradeça por estar vivo!



Cenário crítico


Inevitavelmente em decorrência da pandemia se instalou uma expressiva e generalizada crise, em todos os setores (social, empresarial e governamental), a qual será percebida por tempo indeterminado, em todos os países, afetando com reflexos diretos na qualidade de vida de toda a humanidade. Em todo o Planeta somos mais de sete bilhões de pessoas, sobrevivendo nas condições mais adversas - nem sempre dignas - no que se refere aos direitos humanos básicos como alimentação, saúde, moradia, segurança, educação, lazer e governança.


Se antes da pandemia as desigualdades e injustiças sociais já eram expressivas, agora então assumem muito mais relevância e urgência em saná-las.


Zelar pelo bem estar e condições de vida dignas para a população constituem premissas essenciais do Estado Democrático de Direito.


Os governos em todas as esferas de Poder deveriam estar empenhados em priorizar o uso de seus recursos para resolver questões básicas de forma a promover qualidade de vida para as populações.


Sendo a higiene um fator essencial para redução de doenças, resta nítido que obras de saneamento deveriam estar sendo planejadas e executadas com sentido de urgência. Segundo o Instituto Trata Brasil, formado por empresas que atuam no setor de saneamento e proteção de recursos hídricos, mais de 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada, inclusive em capitais (Trata Brasil, 2020). Esse é apenas um dos aspectos gritantes de nossa precariedade social. Ao longo de décadas gestores públicos se ocupam com falácias e planos mirabolantes, mas não resolvem essa e várias outras questões básicas de bem estar humano.


Não se pode ignorar a iminência de outras epidemias virem a ocorrer e que outros problemas de saúde física e mental venham a se manifestar em decorrência do período de confinamento, por falta de atividades físicas e banho de sol, obesidade, hipertensão, depressão, abuso de bebidas alcoólicas, drogas psicoativas. Agora todos puderam ter uma noção de como se sentem os animais que vivem em jardins zoológicos ou os passarinhos em gaiolas.



Considerações finais


A prevenção salva mais vidas do que agir no último momento. Enquanto ciência for tratada sem o devido valor estaremos vulneráveis às epidemias e pandemias.


O Brasil é privilegiado por uma comunidade científica de alta produtividade, porém infelizmente, os investimentos em pesquisa têm sofrido reduções drásticas, o que inviabilizará muitos avanços. Saúde, educação, ciência e tecnologia são essenciais.


Desenvolvimento é essencial. Socialmente justo, ambientalmente equilibrado, e economicamente viável. Para se recuperar a economia é essencial que a população esteja gozando de saúde física e mental. Não precisamos de armamentos, agrotóxicos, muito menos de truculência. Muito pelo contrário. O momento nos traz a importante lição de enxergar o mundo pela ótica do amor e pela ética do cuidar, de si e de outrem.


Os profissionais de saúde são essenciais. Sinceros agradecimentos à sua incansável atuação para salvar vidas, mesmo em condições desfavoráveis. Tenhamos fé que dias melhores estão por vir. Que as pessoas tirem proveito dessa desafiadora época, evoluam, sejam mais empáticas, gratas pela vida e diversidade planetária.


Referências Bibliográficas



BRASIL DE FATO. País do veneno. 2020. Disponível em <https://www.brasildefato.com.br/2020/05/13/mesmo-com-pandemia-governo-bolsonaro-ja-liberou-150-novos-agrotoxicos-este-ano> Acesso 28 mi 2020.


COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA. O que é, como funciona e como aplicar o conceito. Estudar Na Prática. Disponível em <https://www.napratica.org.br/comunicacao-nao-violenta/> Acesso em 28 mai 2020.


MONTEIRO, J.A.V. Agroecologia em solos litorâneos. Festival Internacional de Cinema Agroecológico. XI Congresso Brasileiro de Agroecologia. Sergipe. Novembro 2019. 3’58’’ duração. Disponível em <https://youtu.be/nvWx8XCPjpM> Acesso em 28 mai 2020.


MONTEIRO, J.A.V. Benefícios da compostagem doméstica de resíduos orgânicos. Revista Educação Ambiental em Ação [on line] n.56, jun/Ago, 2016. Disponível em:<http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=2311>. Acesso em 28 mai de 2020.


MONTEIRO, J.A.V. Do Mato ao Prato. Revista Educação Ambiental em Ação [on line]. Número 49, Ano XIII. Setembro a Novembro/2014. ISSN 16780701. Disponível em <http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1881>. Acesso em 28 mai 2020.


ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DE SAÚDE. 2020. Folha informativa – COVID-19. Disponível em <https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:covid19&Itemid=875> Acesso 28 mi 2020.


TRATA BRASIL. Saneamento é saúde. Apresentação geral de instituição. 2020. Disponível em <http://www.tratabrasil.org.br/saneamento/principais-estatisticas/no-brasil/agua>. Acesso 28 mai 2020.
































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