A educação financeira para crianças e adultos brasileiros com o Portal Edufin
Por Luciana Ribeiro
Observação importante: reportagens sem fotos/resumidas
Convidamos a equipe que dirige o portal educador (www.edufin.com.br) para dialogarmos sobre os benefícios da educação financeira para a vida da criança e de sua família, as quais carecem de apoio pedagógico vinculado às escolas e aos bancos, para compreenderem noções básicas de uma economia
digna,cidadã e sustentável. Segue a entrevista para compreendermos algumas soluções reeducadoras que ajudam a melhorar o ensino público e o ensino privado no Brasil.
JMA: O Portal EduFin surgiu com o intuito pedagógico de reeducar crianças e adultos para aprenderem a poupar suas economias no dia a dia, dessa forma, tornando-se uma referência para estudos que recomendam ações preventivas, como, por exemplo, compreender noções básicas para economizar o dinheiro por meio de compras conscientes e bem planejadas. Fale dos benefícios alcançados por meio desse trabalho que propicia o exercício da matemática do modo digno e sustentável.
Portal Edufin: Apenas a formação do hábito sobre as boas práticas de consumo é que formará uma ação preventiva eficaz, tanto em relação às mazelas geradas pelo consumo impensado e suas consequências, quanto em relação à poupança para se plantar um futuro mais seguro, sem grandes preocupações em relação ao dinheiro. Com relação à matemática, ela deve ser vista como uma ferramenta de grande utilidade, mas apenas como ferramenta e não objetivo final. Consumir é bom, pois atende nossas necessidades e dinamiza a economia. O que não é bom é consumir de forma desmedida, até porque a primeira das consequências é o endividamento, e outra é a impossibilidade futura de continuar consumindo.
JMA: Segundo as pesquisas acadêmicas realizadas pelo Portal EduFin, quais são as maiores dificuldades encontradas para abordar noções básicas de economia para os cidadãos brasileiros (saber gastar e poupar o dinheiro)? De que forma eles recebem o apoio dos bancos e das escolas para compreenderem os benefícios da educação financeira, como, por exemplo, comprar somente o necessário para não comprometerem o orçamento mensal e ainda saberem utilizar o cartão de crédito?
Portal Edufin: Ainda não temos pesquisas acadêmicas realizadas pelo Portal, mas disseminamos o que já existem em vários países. Acredito (veja, esta é uma visão pessoal) que a maior dificuldade não só no país, mas no mundo, é a falta de interesse no tema. Assim como muitas vezes só procuramos um médico quando estamos doentes, também só falamos em educação financeira quando temos dívidas. O professor José Dutra Sobrinho, um dos palestrantes do 1º Congresso de Educação Financeira nas Escolas – CONEFE, realizado em setembro de 2013, de quem sou fã, disse que “os bancos deveriam simplificar mais a sua comunicação para que a população pudesse entender melhor os produtos e serviços oferecidos.” Também acredito nisso, pois muitas vezes nos deparamos com informações bancárias complexas demais e que fogem completamente do nosso entendimento.
Em relação às escolas, visitamos algumas delas, devido ao 1º Congresso Nacional de Educação Financeira para Crianças – CONEFINHO, e nos surpreendemos, pois muitas destas instituições já possuem um programa de educação financeira e o resultado tem sido muito positivo.
JMA: Qual o percentual de brasileiros endividados e o que o poder público tem feito para sanar os problemas financeiros das classes sociais menos favorecidas que sobrevivem com salários muito baixos? Quais as recomendações pedagógicas que o Portal EduFin indica para os gestores públicos (deputado, senador, prefeito) trabalharem essa questão que pode melhorar o futuro do Brasil?
Portal Edufin: É interessante e difícil fornecer este dado com exatidão, pois os índices diferem de fonte para fonte. Em abril de 2014, segundo a Agência Brasil, esse dado passava dos 50%, atingindo na verdade a casa dos 62,3%. Já o IPEA trabalha com índices mais baixos...Mas, de fato, o que ocorre é que algumas agências realizam os cálculos levando em conta itens que outras não levam, como, por exemplo, a dívida da casa própria, que na verdade pode receber a leitura de dívida por patrimônio, que seria diferente da dívida por consumo. No entanto, não podemos esquecer que qualquer dívida, que tenha em sua base qualquer fundamento, no final do mês irá gerar uma conta a pagar. E caso o devedor tenha se excedido em gastos, talvez tenha alguma dificuldade para honrar esse pagamento, o que também acarretará em um encarecimento da dívida por juros cobrados, etc, como já sabemos.
Os problemas financeiros das classes sociais menos favorecidas são beneficiados pelo poder público em várias áreas, pois as áreas que demandam ajuda recebem algumas linhas de financiamento que beneficiam suas necessidades, como financiamentos para compra da casa própria (Programa Minha Casa, Minha Vida), para os estudos (FIES), medicamentos gratuitos, mesmo os de alto custo, bolsas-auxílio, que são no total 149 programas sociais, distribuídos de acordo com as necessidades específicas de cada região. Atualmente temos contato com alguns deputados que estão dispostos a abraçar a ideia de normatizar a educação financeira como uma iniciativa ampla para a sociedade.
JMA: Fale sobre 1º Congresso Nacional de Educação Financeira para Crianças – CONEFINHO, evento que visa colaborar com o debate que dissemina os princípios da sustentabilidade ambiental e financeira a ser implementada nas escolas brasileiras. Poderia recomendar alguns conselhos que serão debatidos nele e que auxiliam os educadores a vivenciarem a prática da Matemática dentro e fora do contexto escolar?
Portal Edufin: Estamos encantados com o resultado do CONEFINHO. Primeiro por gerarmos interesse nas escolas - em apenas três meses, tivemos que encerrar as inscrições, já com escolas em lista de espera. Segundo, pelos parceiros que acreditaram no projeto e abraçaram a ideia. O CONEFINHO será o primeiro evento direcionado às crianças e terá como pilares a educação financeira, empreendedorismo, consumo consciente e sustentabilidade.
Nesse dia, no período da manhã, os adultos inscritos participarão de debates e serão apresentadas ferramentas para serem utilizadas, tanto no dia a dia, como na escola ou empresa. Já no período da tarde, as crianças irão participar de ciclos de atividades sobre os temas, de forma lúdica e divertida.
Procuramos trazer parceiros que tenham conhecimento em determinado assunto, em todos os circuitos propostos. Por exemplo, o circuito “consumo consciente dos alimentos”, através de uma parceria com o SESI- SP, trará o programa "Alimente-se bem" e uma atividade sobre o tema. Assim, todas as atividades propostas terão aprendizados que poderão ser levados às salas de aulas como atividades complementares ou para o dia a dia em suas casas.
JMA: Quais os pilares que alicerçam a educação financeira e como o Portal EduFin desenvolve os cursos, palestras e seminários para os educadores, empresários e cidadãos interessados em aprenderem a gastar e poupar suas economias e comprarem bens materiais necessários (roupa, sapato, bolsa) para suas sobrevivências no dia a dia?
Portal Edufin: Os pilares que alicerçam a educação financeira são o consumo consciente e a sustentabilidade em seu sentido mais amplo, que pensa de forma a manter a perpetuidade nos âmbitos sócio-econômico-ambiental. Mas para nós é importante que tenhamos cuidado em não adotar uma postura moralista em relação ao consumo, pois se sabe que o consumo e a forma de consumir estão ligados à cultura na qual o indivíduo está inserido. Em diferentes culturas, podemos observar diferentes valores em relação ao consumo. Além disso, vale lembrar que estamos também numa economia baseada em formação de renda pelo consumo. Então não é desestimulando o consumo que obteremos bons resultados, e sim estimulando o consumo consciente.
JMA: O Portal EduFin participou da Semana Nacional de Educação Financeira, que foi realizada neste ano 2014? De que forma o grupo de trabalho socializa trabalhos que envolvem a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), política pública lançada em 2010, por meio do Decreto nº 7.397, de 22 de dezembro de 2010, com a finalidade de promover a cidadania e ensinar os cidadãos tomarem decisões conscientes para consumirem com responsabilidade e sustentabilidade financeira?
Portal Edufin: Sim. Tivemos uma participante que nos representou no 1º evento, quando do anúncio dos trabalhos para disseminação da educação financeira no país, nas dependências da BM&FBOVESPA. Nosso papel colaborativo na formação de cidadãos consumidores conscientes está no esforço desempenhado em nossas ações que têm dois formatos fundamentais. Uma de nossas atividades é contínua, pois mantemos um website completamente atualizado com o objetivo de disseminar a educação financeira de forma constante e consistente, com informações de elevada qualidade. A segunda ação está na organização e divulgação de nossos congressos, que são nossas atividades programadas. Cabe lembrar que para este ano (2014) temos três congressos programados. Todos são gratuitos, e atenderão a todos os públicos, pois um deles é voltado para as crianças – 1º CONEFINHO – que acontecerá em 28 de agosto. Outro, que será realizado em 27 de setembro, é o 2º CONEFIN – voltado para o público em geral, e que neste ano irá discutir a educação financeira nas diversas fases da vida. E, finalmente, o último programado é destinado ao jovem universitário, o 1º CONEFIN Universitário, que irá acontecer com a correalização da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) no dia 23 de outubro. Todos na cidade de São Paulo.
JMA: O portal EduFin poderia citar alguns materiais pedagógicos (vídeos, livros, cds) voltados para a educação financeira que redimensiona os trabalhados ministrados nas escolas brasileiras?
Portal Edufin: Hoje existem trabalhos maravilhosos sendo desenvolvidos no Brasil e no mundo. Em uma das palestras do 1º CONEFE, um dos educadores financeiros disse uma coisa muito importante: “Não podemos colocar um programa como exclusivo ou melhor. Cada lugar, comunidade, cidade, estado e país tem suas peculiaridades e necessidades.”
Nós do Portal também acreditamos nisso, e este é nosso objetivo: disseminar o que existe no mercado, oferecer informações e conteúdos, visando o conhecimento ao cidadão. E cabe a cada um testar e decidir se esta ferramenta, livro ou programa atende às suas necessidades.
JMA: A matemática precisa ser ensinada de forma contextualizada e focada no cotidiano da criança e do adulto. Poderia citar algum projeto educativo que teve êxito no Brasil e que, de fato, pode melhorar a qualidade do ensino brasileiro?
Portal Edufin: Citar um ou outro programa acabaria por gerar uma injustiça com todos aqueles que vêm tendo êxito. Estamos num país com dimensões continentais, o que, portanto, faz com que até o cotidiano de seus cidadãos tenha peculiaridades regionais. Mas ressalto, conforme comentei acima, que a matemática é um meio e não a finalidade que devemos objetivar, pois ela tem o papel de ilustrar ou traduzir em números, o que os hábitos de consumo realizam. Então, o consumo consciente trará bons números, e o consumo impensado trará um mau resultado numérico.
JMA: Quais são as expectativas pedagógicas ligadas à economia brasileira para o ano de 2014? Fora programado algum projeto especial que mobilize o cidadão e sua responsabilidade com o uso do dinheiro e com o planeta Terra?
Portal Edufin: Por nossa parte, o projeto visa uma ação contínua no que diz respeito à disseminação das informações. As ações voltadas ao cidadão podem ser percebidas de maneira isolada, por parte de algumas instituições tanto públicas quanto privadas que geram cartilhas, programas de televisão, rádio e reportagens tanto divulgadas nos jornais quanto revistas e como é o nosso caso, também por meio da internet. O que ocorre, no entanto, é que por via de regra o cidadão só procura a educação financeira curativa e não a preventiva, pois também devemos lembrar que os cidadãos brasileiros estão passando por algumas transformações socioeconômicas e estão num processo de adaptação para uso de alguns meios de pagamento, como por exemplo, o uso do cartão de crédito, das compras parceladas, do cheque especial, etc. Pela baixa bancarização da população brasileira, os produtos bancários ainda são uma novidade, infelizmente nem sempre tão amigável a seus usuários, pois eles desconhecem o “preço do tempo do dinheiro”, que são os juros e taxas cobradas pelas instituições financeiras, e isso faz com que usem produtos inadequados a suas necessidades. Mas temos certeza que na medida em que estes cidadãos forem se reeducando financeiramente poderão contribuir fortemente para as ações de sustentabilidade financeira e, com isso, com o Planeta.
JMA: Deixe uma mensagem educativa para os leitores do site Ecopedagogia e para o Jornal Meio Ambiente.
Portal Edufin: Acreditamos que todos nós podemos fazer a diferença. A educação financeira é o primeiro passo para a liberdade consciente de suas escolhas. Seja o exemplo em sua casa, trabalho ou escola!
Pesquisa/Portal Edufin
Educação para crianças e adultos brasileiros
Fabiana Raguza é formada em Marketing e Jornalismo com pós-graduação em Comunicação Empresarial. Atua na área de marketing e comunicação há mais de 15 anos. É idealizadora do Portal EduFin e dos congressos nacionais de educação financeira: Congresso Nacional de Educação Financeira (CONEFIN), Congresso Nacional de Educação Financeira para Crianças (CONEFINHO) e Congresso Nacional de Educação Financeira para Universitários (CONEFIN Universitário).
Fonte: Jornal Meio Ambiente/Portal do Meio Ambiente/Site Ecopedagogia
Entrevista com Reinaldo Domingos
Educação Financeira
Site Ecopedagogia
Por Luciana Ribeiro
Reinaldo Domingos é educador e terapeuta financeiro. Atualmente é presidente da DSOP Educação Financeira, organização que foi criada no ano de 2008 para disseminar a educação financeira no Brasil e no mundo, por meio de produtos e serviços para pessoas, empresas e instituições de ensino, por meio da Metodologia DSOP a qual é seu mentor.
Domingos, publicou vários livros, dentre eles “Terapia Financeira”, “Livre-se das dívidas”, Ter Dinheiro não tem Segredo”, “O Menino do Dinheiro – Sonho de Família”, “ O Menino do Dinheiro – Vai à Escola”, “O Menino e o Dinheiro”, “O Menino, O Dinheiro e os Três Cofrinhos” O Menino, O Dinheiro e a Formigarra” e outros voltados para educação financeira do ensino básico, publicados pela Editora DSOP.
As propostas educativas oferecidas pelo autor têm sido desenvolvidas de maneira didática, amorosa e dinâmica para tratar de assuntos fundamentados na teoria e na prática da educação financeira, dentro do Programa de Educação Financeira para escolas. Essa proposta pedagógica facilita a compreensão de situações-problemas que acontecem no dia-a-dia do cidadão.
No Brasil, a implementação da educação financeira começou em 2010 e fortaleceu-se com a criação da ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira) pelo Governo Federal. O momento, portanto, foi oportuno para a DSOP Educação Financeira colaborar com o debate das questões importantes para crianças, jovens e adultos, uma vez que o trabalho educativo valida situações de aprendizado sobre como lidar com finanças e como poupá-las de modo correto e sustentável.
Segue a Entrevista com Reinaldo Domingos:
Luciana Ribeiro – Como se deu o processo de implementação financeira no Brasil? Quais são as instituições parceiras que desenvolvem trabalhos e projetos para escolas brasileiras?
Reinaldo Domingos - A DSOP Educação Financeira é pioneira na educação financeira para o ensino básico, desde o ensino infantil, passando por todo fundamental, chegando ao ensino médio. Ao todo são 15 livros didáticos, um para cada ano letivo, neles encontram-se os quatro pilares da Metodologia DSOP (Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar) trata-se de um método comportamental que mexe diretamente com os hábitos e costumes. Hoje, com mais de cem escolas privadas e dezenas de escolas públicas, a Metodologia já alcançou mais de 250 mil crianças. O grande parceiro desse projeto se dá pelo professor, protagonista principal visto que somente pode-se ensinar uma criança, o aluno, se o mesmo for capacitado na disciplina educação financeira. Também, no Programa de Educação Financeira DSOP os pais são envolvidos com palestras de sensibilização e conscientização. Com isso todos os envolvidos - crianças, jovens, professores e famílias - falam a mesma língua, assegurando assim que a educação possa transformar e construir uma nova geração de pessoas e famílias equilibradas e sustentáveis financeiramente.
Luciana Ribeiro - O Programa de Educação Financeira para escolas, realizado pela DSOP Educação Financeira, comprometeu-se a trabalhar de forma interdisciplinar e transversal (segundo os PCNs do MEC), com os conteúdos desenvolvidos em seis eixos temáticos: família, diversidade, sustentabilidade, empreendedorismo, autonomia e cidadania. Assim, qual enfoque que se dá ao tema sustentabilidade?
Reinaldo Domingos - Sustentabilidade é uma palavra de ordem em tudo que fazemos e praticamos, assim é na sustentabilidade ambiental, como também na sustentabilidade financeira. Quando falamos em finanças logo pensamos que é necessário ganhar mais dinheiro e na verdade, ganhar mais dinheiro sem dúvida é importante, mas não, mais que saber administrar o dinheiro que se ganha. Lembrando do ditado “não é o quanto se ganha e sim o como administramos o dinheiro ganho”.
Em minha história de vida, onde desde meus 12 anos de idade quando lá fui auxiliar de camelô chegando nos meus 37 anos como um homem independente financeiramente, sempre prezei pela sustentabilidade, para isso tive que abrir mão de desejos imediatos para gozar de outros desejos muito mais importantes e necessários. Temos que focar e priorizar tudo aquilo que desejamos e sonhamos, sempre podemos alcançar e sustentar o que alcançamos desde que se tenha uma proposta de vida saudável, com disciplina e perseverança, não se esquecendo da educação financeira, é claro.
Luciana Ribeiro - Como você avalia os resultados e expectativas do Programa de Educação Financeira para escolas e famílias brasileiras?
Reinaldo Domingos - Avalio o Programa com muito otimismo, isto porque temos milhares de depoimentos de professores, pais de alunos que já tiveram suas vidas transformadas após aplicarem os ensinamentos da Metodologia DSOP. Trata-se de uma nova forma de ver o dinheiro, aprende-se que o dinheiro é meio e não fim, que ele serve para realizar sonhos. Quando ensinamos a educação financeira para o professor e ele passa para seus alunos que estamos construindo uma nova geração, isto porque, ele leva todo esse conhecimento para dentro de sua casa e com isso a família também se transforma, fazendo com que o ciclo se feche.
Luciana Ribeiro – Fale um pouco sobre seus livros e o que te motivou para escrevê-los?
Reinaldo Domingos - Como cheguei a minha independência financeira muito cedo, com 37 anos, percebi que poderia ajudar as pessoas, mas o que vem a ser independência financeira? É quando alcançamos uma reserva de dinheiro ou patrimônio líquido, com rendimento suficiente para não mais trabalharmos por necessidade, somente pelo prazer do trabalho. Hoje, com 51 anos de idade há 14 independente financeiramente tenho como missão disseminar a educação financeira no Brasil e no mundo por meio da Metodologia DSOP junto às escolas, empresas e famílias.
Meus 23 livros desde, o primeiro Terapia Financeira – Realize seus sonhos com Educação Financeira, até o mais recente O Menino, O Dinheiro e a Formigarra, todos estão embasados na Metodologia DSOP. Por isso sempre procuro passar em minhas palestras, cursos, entrevistas que estar educado financeiramente é uma questão de escolha, assim como também o endividamento. Recomendo a todos que leiam pelo menos o Terapia Financeira e a série O Menino do Dinheiro, ambos levam a uma plena transformação de como enxergar e lidar com o dinheiro e em especial aprender que é preciso valorizar e priorizar os sonhos para realizá-los.
Luciana Ribeiro – Como tem sido a atuação da DSOP junto ao MEC?
Reinaldo Domingos - Nossas obras já encontram-se junto ao MEC há mais de um ano para sua avaliação, sabemos que se trata de um processo lento, mas temos a certeza que o MEC aprovará todo conteúdo, visto que se trata de uma inovação. Hoje, a única coleção didática do ensino básico, que traz uma Metodologia comportamental, interdisciplinar e transversal (segundo os PCNs do MEC), com os conteúdos desenvolvidos em seis eixos temáticos: família, diversidade, sustentabilidade, empreendedorismo, autonomia e cidadania. Acreditamos também, que em muito breve, o Senado Federal aprovará o Projeto de Lei 171/09 que tramita desde 2009 e institui a educação financeira nos ensinos básicos privados e públicos. Até que isso aconteça estamos a passos largos em disseminar a educação financeira por meio da Metodologia DSOP.
Luciana Ribeiro – O cofre ainda é a melhor forma de ensinar a poupar dinheiro para evitar gastos desnecessários que comprometem o futuro do cidadão?
Reinaldo Domingos - Sem dúvida uma forma de poupar, mas somente o cofre para guardar o dinheiro não traz grandes ensinamentos. É preciso inserir junto com o cofre desejos, sonhos, isso mesmo, sempre que uma criança guardar dinheiro em seu cofre deveria estabelecer que dentro dele, deve-se ter sonhos e desejos. Quando um criança simplesmente guarda dinheiro por guardar, logo ela pega o dinheiro e gasta, isto porque, ela não objetivou o porque guardar. Tanto adultos, quanto crianças, precisam guardar dinheiro para sonhos e não simplesmente guardar por guardar.
Luciana Ribeiro - E a Mesada é ou não um instrumento que facilita a inserção da educação financeira?
Reinaldo Domingos - Certamente que a mesada ou semanada pode sim auxiliar, mas chamo a atenção para um detalhe importante, dar apenas a mesada como na maioria das vezes se faz, não tem sido uma prática eficaz neste auxilio.
É preciso fazer como ensinamos na Metodologia DSOP no livro para crianças O Menino do Dinheiro – Vai `a Escola onde se ensina que junto com a mesada é preciso inserir o ingrediente sonhos de curto, médio e longo prazos, lembrando que para cada sonho é preciso saber o quanto custa, o quanto se guardará por mês e em quanto tempo. Lembre-se com essa dinâmica de realizar sonhos com parte da mesada, quando um jovem vai para o mercado de trabalho, terá o ganho de seu salário e deverá com este hábito guardar parte de seu sagrado salário e não consumir todo dinheiro que tem e o dinheiro que não tem por meio dos créditos fáceis como cartão de crédito e cheque especial, sem contar com os crediários. Enfim, todo cuidado é pouco devemos inserir sempre mesada com sonhos atrelados a mesma, caso contrario estaremos simplesmente estimulando o consumo.
Luciana Ribeiro – A capacitação de professores é fundamental para lidar com questões inerentes à educação financeira. Nesse sentido, a DSOP Educação Financeira tem realizado projetos educacionais voltados para a escola?
Reinaldo Domingo - Sem dúvida dentro do Programa de Educação Financeira o grande diferencial é a capacitação do professor, não se pode ensinar educação financeira para uma criança sem antes o professor ter passado por este aprendizado. Professor educado financeiramente é caminho certo para seus alunos aprenderem esta disciplina. Mas qual professor? De Matemática? Ciências? Português? Filosofia? Sociologia? Eu respondo qualquer professor de qualquer disciplina pode ministrar educação financeira, bastando que aprenda primeiro, vivenciem, por isso a Metodologia DSOP é fundamental, ela primeiro ensina os agentes multiplicadores que são os professores, e por meio deles garantimos a criação e construção de uma nova geração de pessoas e famílias educadas e sustentáveis financeiramente.
Luciana Ribeiro – A DSOP Educação Financeira desenvolve algum projeto educativo para o cidadão comum (analfabeto, carteiro, padeiro, aposentado e outros que estão fora do sistema de ensino brasileiro) ? De que forma?
Reinaldo Domingos - Sem dúvida a DSOP Educação Financeira tem atingido diversos públicos, lançaremos no segundo semestre o programa EJA – Ensino de Jovens e Adultos que tem como finalidade exatamente este público. Quando falamos de dinheiro todos precisam ter acessos. A Metodologia DSOP é um método comportamental e por isso não necessita de pessoas que saibam planilhas, cálculos e sim que aprendam a se comportar e ter os hábitos corretos de como controlar e respeitar o dinheiro. Como sempre falo uma criança antes de se alfabetizar já começa a entender que o dinheiro é uma moeda de troca, compra doces, sorvetes e guloseimas, então precisa criar os hábitos corretos de consumo e saber que o dinheiro pode também ser poupado para realizar todos seus sonhos e não somente consumi-lo, como a grande maioria de nossas crianças faz.
Luciana Ribeiro – Os bancos têm realizado alguma atividade ou projeto educativo em parceria com escolas e empresas que necessitam de apoio para compreender a problemática financeira do Brasil?
Reinaldo Domingos - É uma iniciativa válida, porém, as abordagem têm sido nas ferramentas de ciências exatas como planilhas, cálculos, matemática. Mas como já disse anteriormente não se muda uma pessoa ou uma geração por meio de cálculos e sim pelo comportamento correto. Os bancos podem e são aliados quando aprendemos a utilizar o lado bom deles, aliás o que me levou a minha independência financeira mais cedo foi utilizando os bancos como aliado, poupando e fazendo com que o dinheiro e juros trabalhassem a meu favor. Quando pagamos juros estamos destruindo nossa sustentabilidade e com isso gastando mais dinheiro, resultado disso o endividamento e a inadimplência.
O negócio dos bancos é dinheiro, captar dinheiro por meio de seus investidores e aplicadores e emprestar a quem não têm dinheiro. Não há nada errado com os bancos, aliás eles hoje têm grande responsabilidade social em nossa sociedade. O que precisamos mesmo de fato fazer é educar nossa população para que saiba fazer escolhas, por meio do guardar dinheiro para realizar sonhos ou de pagar juros para realizar sonhos, nada mais do que uma escolha. Mas afirmo nosso sucesso futuro depende diretamente de nossas escolhas do presente, pense nisso, antes de usar dinheiro que não lhe pertence. Portanto poupar, guardar dinheiro é o caminho. Todo cuidado é pouco, quando a facilidade é muita precisamos ficar em alertas.
Luciana Ribeiro – Você acha que as instituições governamentais e não-governamentais (hospitais, mercados, padaria, lojas, empresas etc) podem participar de uma campanha educativa de educação financeira no Brasil? Como?
Reinaldo Domingos - Acredito que sim, mas como sempre digo, cada negócio é um, todos temos interesses e objetivos diferentes, somos seres humanos semelhantes. Para tanto devemos nos localizar junto ao mercado e ver o que agrega e o que não agrega valor.
Toda facilidade de credito traz pagamentos de juros, não existe parcelamentos sem juros, todos que pagam prestações estão pagando juros e gastando com isso mais dinheiro. Lembrando que nossas lojas de magazines quando promovem vendas a prazo estão no seu direito, as financeiras promovendo dinheiro fácil, os hospitais melhores comodidades, enfim temos que entender que todo negócio necessita de lucro, toda promoção necessita de seus resultados.
Se pensarmos que ao comprar um veículo à vista podemos comprá-lo com desconto e se comprar a prazo paga-se até dois veículos, a escolha passa por uma conscientização de respeito ao dinheiro e de ansiedade. É preciso educar-se financeiramente e entender de uma vez por toda que não devemos combater o sistema financeiro, mercantil e sim aprender a usar o sistema de forma consciente e madura.
Luciana Ribeiro – Segundo estudos e pesquisas acadêmicas, a publicidade na TV, rádio, internet interfere no comportamento de crianças, jovens e adultos de forma muito negativa. Você acha que esses meios de comunicação podem colaborar para o enfrentamento da crise financeira no Brasil?
Reinaldo Domingos - Sem dúvida toda ajuda será bem vinda, mas acredito que seja um pouco difícil até porque trata-se do negócio deles, uns de anunciar, outros de vender a prazo, outros de financiar, parcelar, então o que nos resta é conscientizar e educar pais, professores, crianças e jovens, pela educação financeira comportamental, poderemos combater na causa do problema, de nada adianta simplesmente tentar eliminar ou criticar o sistema, é preciso saber driblar e até usá-lo de forma inteligente.
Também chamo a atenção de nossos governantes que muitas vezes não tem o conhecimento do que realmente é educação financeira, temos que levar o quanto antes para as salas de aulas e mostrar que para se construir um país de primeiro mundo, será necessário enfrentar o problema como ele é!
Educação financeira se aprende cedo e por meio da Metodologia DSOP nas escolas, empresas e em nas famílias. Invista na saúde financeira de sua família, quanto mais cedo começar mais cedo alcançará o equilíbrio e a sustentabilidade financeira. Acredite na beleza de seus sonhos, perseverança é a palavra chave dessa transformação.
Acesse para conhecer a Organização DSOP Educação Financeira:
Portal: www.dsop.com.br ou www.editoradsop.com.br
Contato da Imprensa: imprensa@dsop.com.br
Contatos para palestras, cursos, terapias e programas de educação financeira nas escolas e empresas: comercial@dsop.com.br
Комментарии