A comunicação jornalística como ferramenta educativa para combater as fakes news durante o período da pandemia de covid-19 no Brasil
Por Luciana Ribeiro
A comunicação tem sido negligenciada nesse período de pandemia de Covid-19 no Brasil, ao invés de ser utilizada como ferramenta educativa que corresponda às necessidades sociais dos cidadãos.Esse fato, é mostrado pelo site Lupa - a primeira agência de notícias do Brasil a se especializar na técnica jornalística mundialmente conhecida como fact-checking; portanto, destacou a desinformação que serve como invenção e distorção de estudos que afetam os discursos dos cientistas, como a eficácia sem comprovação da cloroquina como medicamento para o tratamento da doença e em situações diversas.
Nesse contexto social, promoveu-se o diálogo pedagógico entre os diferentes públicos, a ONU e a Agência Lupa lançaram websérie bem humorada para contestar as fakenews sobre a Covid-19 e mostrar a falta de transparência, de ética e de responsabilidade na transmissão de notícias inverídicas disseminadas nas redes sociais. Ou seja, o projeto educativo colabora para que gestores públicos e profissionais da área de saúde trabalhem em parceria no Brasil.
Para compreender as discussões de uma comunicação democrática e proativa no Brasil, recomenda-se o Programa de Educação Midiática, fundado pelo Instituto Palavra Aberta e o apoio do Google.org (fornece o suporte e as ferramentas para que crianças e jovens desenvolvam as habilidades necessárias para consumir informação de forma segura e responsável). Os especialistas da área de comunicação discutem, junto aos educadores, a relevância da educação midiática para a construção do conhecimento de modo autônomo, criativo, crítico e ético. Essa bagagem pedagógica contextualiza uma visão científica e estratégica para auxiliar os alunos no dia a dia de sala de aula e no período de pandemia de Covid-19 (Para aprofundar conhecimentos: leia a reportagem de João Costa – Jornalista que desenvolve um trabalho com o propósito humanitário por meio da: "Filosofia da Evolução das Relações Humanas”\site Educamídia).
De modo geral, o Ministério da Saúde procura combater o desserviço das fake news na saúde, através de um canal democrático para ajudar o cidadão em suas dúvidas acerca das informações publicadas nas redes sociais;ou seja, nesse período de pandemia, é mais um instrumento de luta contra a desinformação no Brasil.
Para debater a relevância da comunicação no Brasil nessa crise sanitária que abalou o mundo, a jornalista da Ascom da Fiocruz de Brasília, Fernanda Marques, ressalta uma comunicação estratégica no combate às fakenews nesse período de pandemia. “A Covid-19, como um tema novo, com várias perguntas para as quais a ciência ainda não tem respostas e com impacto na vida de toda a sociedade, especialmente das populações em situação de maior vulnerabilidade, coloca enormes desafios para a comunicação em saúde e para a divulgação científica. Nesse contexto, há que se fazer uma comunicação e uma divulgação que sejam precisas, destacando o que já existe em termos de evidências científicas e combatendo as fakenews, que costumam proliferar, especialmente em momentos de crise como este em que vivemos. E comunicar de forma precisa não é só mostrar os resultados das pesquisas, mas abordar também o método científico e os processos de validação da ciência, de modo que, se as informações mudarem com o passar do tempo, a sociedade compreenda que isso não é um problema ou um demérito da ciência, mas, ao contrário, seu modo de desenvolvimento, que agrega valor aos processos sociais. Até porque a ciência não é algo que simplesmente deve ser aceito, mas está aberta à crítica e ao debate, e, por isso mesmo, é tão importante e necessária. Para fazer frente aos desafios, a comunicação deve ser precisa e, ao mesmo tempo, ter linguagem simples e acessível, sem jargões técnicos ou outros elementos que dificultem a compreensão – o que vale também para textos ou vídeos muitos longos, que acabam não sendo lidos ou vistos pela maioria das pessoas. A comunicação deve, ainda, ser dialógica: não adianta a instituição divulgar somente o que ela acha importante tornar público – há que ouvir quais são as perguntas e demandas do público para que se tenha, realmente, eficácia. Nesse aspecto, é importante considerar que não existe “um” público coeso e homogêneo. O que chamamos de “público geral”, na verdade, contém múltiplos públicos, com diferentes demandas e necessidades. É preciso estar atento à diversidade e investir em diferentes formatos. Há, ainda, um público prioritário para a comunicação sobre Covid-19 o qual tem acesso precário ou não tem acesso à internet, o que requer estratégias diferenciadas. As parcerias com comunicadores populares são muito valiosas. Em resumo: precisão, linguagem acessível, diversidade, criatividade e diálogo, muito diálogo.”
Resolver os problemas da desinformação no Brasil como compromisso assumido pelo jornalista Guilherme Portanova,profissional experiente na área do jornalismo brasileiro, que considerou: “para os jornalistas, o desafio é grande, pois as pessoas que recebem regularmente cargas de notícias falsas costumam considerar-se bem informadas, politizadas e capazes de analisar criticamente os fatos que acontecem no cotidiano. O problema é que elas estão preparadas e cheias de argumentos para defender o ponto de vista do qual já gostam sem qualquer disposição em considerar o contraponto. Este aspecto torna o trabalho jornalístico mais difícil, pois lutamos contra grupos que recebem o conteúdo do noticiário já decididos a não aceitar como correto ou como profissional".
"A única maneira de combater as notícias falsas é não espalhar peças não checadas e por isso mesmo, não incluir esses elementos no noticiário. Inclusive,uma nova face das ‘fakenews’ tem sido a adesão de jornalistas militantes que concordam com bobagens não checadas espelhadas pelas redes e que acabam incluindo o conteúdo mentiroso em comentários ou demais elementos dos programas jornalísticos, como se uma ‘fakenews’ fosse informação verdadeira.Como método de trabalho – na pandemia ou não – nossa missão precisa continuar sendo checar dados com as fontes oficiais e, sempre que possível, com mais de uma fonte para que também não propaguemos conteúdo de baixa qualidade e fortaleçamos a credibilidade da imprensa", continuou Guilherme Portanova.
Desmoralizar o papel social do jornalista tem sido algo comum e desastroso no Brasil; então, Antônia Zenilda, aluna do curso de Jornalismo em Brasília, frisou que “o nível de apuração das matérias jornalísticas deve acontecer de modo responsável e ético. Nesse período de pandemia de Covid-19, deve-se buscar o senso crítico para analisar as informações, procurar as fontes confiáveis e pautar-se pela veracidade dos fatos, pois as fakenews bloqueiam a comunicação;inclusive,é fundamental implementar políticas públicas focadas em análises e críticas das mídias e assim, o cidadão se beneficiará dessa conscientização”.
De acordo com a visão crítica da jornalista e mestre em Ciências da Comunicação, Sheila Souza, “No ano de 2020, sob o contexto da pandemia, instaurada mundialmente por conta da Covid-19 – em que o acesso à informação salva vidas, é irremediável que se pense essa entrega e se opere com a máxima responsabilidade social. Sabe-se que em muitos locais do país, com proporções geográficas enormes, o desafio se agiganta e ganha ainda mais força pela diferença econômica, pois a renda está concentrada em poucas famílias. A imprensa cumpre seu papel fundamental, de não só falar publicamente, mas também de ouvir os que não têm voz”.
O trabalho do jornalista brasileiro consiste numa árdua e difícil tarefa, segundo a jornalista Débora Brito, que faz parte da equipe do JOTA que cobre o Poder Legislativo,“em tempos de pandemia de Covid-19, a comunicação precisa ser realizada com atenção redobrada, veracidade nos fatos, estudo de fontes confiáveis e diversas para se publicar matérias e outros; pois,lidar com a avalanche de informações tem sido algo constante e preocupante na carreira do profissional”.
“A pandemia reforçou a importância de alguns princípios básicos do jornalismo, como uma boa apuração, a busca de conhecimento técnico e a difusão da informação precisa e verdadeira, principalmente em um contexto cercado por tanta “fakeNews”. O período de isolamento social também nos desafiou a buscar novas fontes e formas inovadoras de produção de conteúdo para a audiência das novas mídias”, reforçou a jornalista.
Além desse propósito pedagógico,lembramos que o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros foi fundado para embasar a luta dos jornalistas e assegurar o cumprimento dos interesses públicos com transparência e responsabilidade social para uma produção e divulgação de informações bem apuradas. Contudo, a união de propostas cidadãs, proativas e jurídicas podem ser articuladas por meio de encontros, audiências públicas, fóruns e outros relevantes para se combater as “fakeNews”e a corrupção no Brasil.
Reportagem: Estágio do Curso de Jornalismo da Faculdade Anhanguera/Brasília
Para saber mais:
A pandemia da Desinformação – links diversos
Fake News – Denúncias no Ministério da Saúde
Coronavírus | Covid-19 –Portal Fiocruz - Material para download /fake news e outros relevantes.
Educamídia - Instituto PALAVRA ABERTA
Educação midiática para combater fake news e outros relevantes.
Guia da Educação Midiática -- prepara educadores, crianças e jovens
Cartilha: Desinformação: ameaça ao direito à comunicação muito além das fake news
Fonte: Intervozes -- coletivo brasil de comunicação social
Projeto de lei aumenta penas para crimes cometidos na internet
Fonte: Agência Senado
Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros - Fenaj
Comentarios