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Foto do escritorLuciana Ribeiro

Reportagem especial

Atualizado: 27 de ago. de 2021

O educador, a criança e as orientações pedagógicas para lidar com a pandemia de Covid-19 e a pós-pandemia no contexto escolar



Por Luciana Ribeiro


Segundo informações publicadas no portal do Ministério da Saúde\linha do tempo, a educação brasileira foi estremecida pela pandemia de Covid-19 desde o mês de fevereiro de 2020. Desse modo, a crise sanitária prejudicou vários setores da vida, exigindo dos profissionais o cumprimento de uma gestão que lidere novas práticas pedagógicas a serem implementadas com a parceria dos gestores públicos, dos pesquisadores e dos especialistas em geral que são responsáveis pelas crianças e pela qualidade do ensino.


De acordo com as informações do Ministério da Saúde, já são quase 600.000 mil cidadãos mortos no Brasil (dado que vem crescendo a cada dia), revelando-se a emergência de se preservar a saúde, a educação e o desenvolvimento integral das crianças como direitos mencionados no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Legislação Educacional.


Para garantir a segurança de todos no ambiente escolar, o Ministério da Educação (MEC) disponibilizou alguns materiais pedagógicos coordenados pelo Programa "Conta pra Mim", que faz parte da Política Nacional de Alfabetização (PNA),instituída pelo Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019 (POLÍTICA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO), visando-se a mobilização da leitura no contexto familiar e podem ser trabalhados nos momentos de Covid-19.


No sentido de preservar a gestão democrática e uma visão multidisciplinar do ensino brasileiro, convidaram-se alguns profissionais, como a Equipe da Fundação Abrinq, para discutir a relevância do ensino remoto, articulado com dificuldades, e o retorno às aulas presenciais baseado em novas políticas públicas .Segue o depoimento da Organização Não Governamental que zela pelo cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes:


“A pandemia de COVID-19 agravou diversos desafios sociais existentes em nosso país, de modo especial a garantia de direitos de crianças e adolescentes.


Percebemos inúmeros desafios não só para o acesso a recursos básicos como água e alimento, como o acesso à educação e à saúde se tornaram ainda mais difíceis de acessar neste momento e a atuação de organizações sociais de todo o Brasil tem sido fundamental para proteger a vida de crianças e adolescentes.


Com a pandemia, muitas escolas adotaram métodos de ensino a distância, mas, além de não estar acessível a todas as crianças, pouco se discutiu como esse método poderia se efetivar em escolas rurais e regiões onde o acesso a estes equipamentos é quase nulo. Sem contar que o acesso à internet e a aparelhos eletrônicos têm um custo e nem sempre é possível obtê-los dentro do contexto familiar que foi extremamente afetado pelo desemprego, redução de salário e outros agravos da pandemia.


E, neste contexto em que falamos do retorno às aulas presenciais, é importante não só buscar compreender as medidas de cuidado sanitário, mas também o apoio e a orientação dada a professores e profissionais que estão com estas crianças e adolescentes, os cuidados na acolhida, na percepção de retorno e coletividade, o desafio de trabalhar questões básicas do desenvolvimento de crianças (principalmente ligadas à coletividade, afeto e empatia) dadas as restrições de contato físico, sem contar a atenção que precisaremos dar para a evasão escolar.


Os desafios são múltiplos e, para ajudar neste debate, realizamos um “webnar” com especialistas para discutir o retorno à escola. O conteúdo está disponível em nosso canal do youtube” -- recomendações da Fundação Abrinq.


Para solucionar algumas dificuldades pedagógicas, Luciana Bareicha,que é psicóloga e doutora em Educação, argumentou sobre o ensino remoto da seguinte forma: “É muito importante para os professores que tragam referências de rotinas já consolidadas que já desempenhavam nas escolas com as crianças. Precisamos manter memórias consideradas seguras por elas para enfrentarem as mudanças estabelecidas no presente. Os conteúdos devem estar presentes no dia a dia para que a sala de aula exista “dentro de casa” e reforçar vínculos de responsabilidades entre criança-pais-professores para que não haja sobrecarga nos profissionais da educação e todos possam se ajudar a todo momento”.


De acordo com as dificuldades da educadora brasiliense Gislene Maria da Costa, a qual atua no 1º ano do Ensino Fundamental I, “Realizar o teletrabalho através do ensino remoto, é mais do que simplesmente trabalhar em casa,é doar-se mais do que de forma habitual, isto é, tomou-se todo o tempo dos educadores que assumiram uma carga profissional triplicadamente mais pesada, deixando sua vida particular em prol do investimento em uma educação de qualidade, com vistas ao progresso dos estudantes e a minimizar os impactos da ausência da presença física, tão necessária para o sucesso da qualidade das aprendizagens significativas”.


Sensibilizada com a pandemia de Covid-19 que afetou a gestão da educação brasileira em várias dimensões educacionais, a pedagoga e especialista em Educação ambiental Berenice Gehlen Adams, disponibilizou alguns livros pedagógicos promovidos pelo Projeto Apoema para serem lidos com as famílias brasileiras e destacou que “Penso que um dos setores mais afetados pela pandemia (sem falar do setor da saúde, uma vez que ainda perdemos muitas vidas) foi o da educação, fazendo com que as escolas, por precaução, fechassem suas portas, e somente há poucos meses, algumas retomam com muitas restrições".


“Como produtora de materiais paradidáticos e, para poder, de certa forma, colaborar com a situação, deixei disponível para download gratuito, no site da Apoema, diversas publicações dirigidas para crianças e docentes, para que essas pudessem servir de apoio às professoras que conseguiram seguir trabalhando, e para os pais que se interessassem em utilizar os materiais com seus filhos, em casa. A pandemia deve servir de lição para uma readaptação da educação como um todo para o enfrentamento destes novos e incertos tempos, e deve contar mais com o apoio das autoridades públicas que, com raras exceções, pouco agiram no sentido de colaborar para o prosseguimento dos processos educativos do País”.


Para ajudar na adaptação e no acompanhamento pedagógico do ensino brasileiro, selecionaram-se diversos materiais educativos para reorientar educadores através de sugestões teóricas e práticas (links no final da reportagem) que servem para produzir atividades e projetos educativos, entre eles: o Manual sobre Biossegurança para reabertura de escolas no contexto da Covid-19 que foram disponibilizados pela Fiocruz, os planos de aula divulgados no site Nova Escola, o Livro Xô, Coronavírus!, escrito pela autora Paula Fernandas, o ebook Alfabetização ecológica com Ana Folha e a Turma do Lixão produzido pela educadora Luciana Ribeiro, o jogo de histórias criado pela professora Aline Teixeira, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), as atividades produzidas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef e outras que contribuem para o sucesso das crianças.


Acredita-se numa REDE DE APOIO PEDAGÓGICO com o amparo humanizado e profissional dos gestores públicos, dos educadores e dos cidadãos para se promover a solidariedade no período de crise sanitária. E, apesar de tudo, vencer os impactos por meio de uma boa gestão pública que dialogue com o exercício da cidadania como direito mencionado pela Constituição Federal. Sobretudo, é relevante protestar-se contra a evasão escolar, a exclusão social, a fome, as dificuldades de aprendizado e outros problemas complexos que desafiam o cumprimento dos direitos da infância no Brasil.


Para saber mais:


Livro - Xô, Coronavírus! -- Autora: Paula Emmanuella Fernandes


http://www.cmc.mg.gov.br/wordpress/wp-content/uploads/2020/05/Xo%CC%82-Coronav%C3%ADrus-Paula-Emmanuella.pdf


O Manual sobre Biossegurança para reabertura de escolas no contexto da Covid-19 -Fiocruz


https://portal.fiocruz.br/noticia/manual-apresenta-recomendacoes-de-biosseguranca-para-reabertura-de-escolas-no-contexto-da


Como abordar coronavírus e outras epidemias com a turma?


https://novaescola.org.br/conteudo/18857/como-abordar-coronavirus-e-outras-epidemias-com-a-turma


Alfabetização Ecológica com Ana Folha e a Turma do Lixão --Autora: Por Luciana Ribeiro


https://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=3972


Jogo de Histórias -- Xô Corona! Autora: professora Aline Teixeira


http://www.proexc.ufu.br/sites/proexc.ufu.br/files/media/document/xo_corona_ufu_0.pdf


As atividades produzidas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância


https://www.unicef.org/






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