Por aqui, as pequenas e delicadas flores brotam pelo quintal e a palmeira de açaí tenta tocar o céu. À noite, do outro lado da casa, o firmamento torna-se avermelhado pela tênue onda de frio.
Tudo é espetáculo e beleza nesse momento passageiro em que a seca e o frio nos invadem. O Cerrado padece agora para nos oferecer depois frutos e alegria, daqui a pouco, na primavera.
Em nosso encalço, o coronavírus parece ser mais um entre tantos desarranjos da natureza. Seria tão significativo se os governantes cuidassem de forma sustentável da nossa casa comum, da Terra que tanto amamos, dos recursos naturais, das águas, dos santuários nativos. Iríamos fazer a nossa parte com mais gosto e civilidade.
Nesses tempos obscuros, o que vemos é a incessante exploração e destruição do meio ambiente. Em nome da ganância ou da ignorância, nada detém isso, nem mesmo um vírus letal. Multinacionais brigam pelo controle da água.E muita gente morre de sede.
Mas certas naturezas humanas tratam esses temas tão caros à humanidade com frieza cortante e uma secura sem disfarce que chegam a causar falta de ar.
(Maria Félix Fontele!)
Maria Félix Fontele é jornalista e escritora. Estudou jornalismo na Universidade Federal de Goiás (UFG). Foi secretária-adjunta e coordenadora de Comunicação Social do Governo do Distrito Federal, além de primeira coordenadora de Comunicação Social da Câmara Legislativa do DF.
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